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quinta-feira, 21 de maio de 2009

INDÍGENAS

JANDUÍS - foram um grupo indígena, atualmente considerado extinto, que habitava no SÉCULO XVII as margens dos rios ASSU/PIRANHAS e MOSSORÓ/APODI, todos no estado brasileiro do RGNe PB. Foram chamados também de OTXUCAIANAS .

Durante o período colonial existia, na região hoje ocupada pelo Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, uma confederação de tribos Cariris, hostil à Coroa portuguesa. Dentre estas uma das mais aguerridas era a dos Janduís, cuja denominação deriva de Nhandu-í-a ema pequena, o corredor, o veloz. As balas e as botas dos colonizadores quebraram essa resistência, assim como a escravidão e as doenças dissolveram as tribos. Restaram a lenda e o nome.

LÍNGUAS INDÍGENAS

As línguas indígenas do Brasil são os idiomas falados pelos povos indígenas brasileiros. Assim como as demais línguas do mundo, por apresentarem semelhanças nas suas origens tornam-se parte de grupos linguísticos que são as famílias língüísticas, e estas por sua vez fazem parte de grupos ainda maiores, classificadas como troncos lingüísticos. Os troncos com maior número de línguas são o macro-tupi e o macro-jê. Existem também povos que falam o português; no entanto, estes casos são considerados como perdas linguísticas ou identidades emergentes.

Há famílias, entretanto, que não puderam ser identificadas como relacionadas a nenhum destes troncos. Além disso, outras línguas não puderam ser classificadas dentro de nenhuma família, permanecendo na categoria de não-classificadas ou línguas isoladas Ainda, existem as línguas que se subdividem em diferentes dialetos, como, por exemplo, os falados pelos cricatis, ramcocamecrás (canela), apaniecrás (canela), apinaiés, craós, gaviões-do-pará e pucobiês, que são todos dialetos diferentes da língua timbira.

A originalidade das línguas indígenas brasileiras tem uma importante relação com os marcos históricos do povo, afinal, antes de mais nada, a língua representa as transformações ocorridas em uma tribo, desde seu nascimento, invasões, mudanças e o resultado final!

Um exemplo se encontra na língua Tupi, que por terem vários povos que a falam é possível perceber o quão importante ela já foi e é, definindo, assim o caráter cultural do povo.

Línguas nativas de tribos indígenas brasileiras estão entre as mais ameaças de extinção, segundo uma classificação feita pela National Geographic Society e o Instituto Living Tongues. Elas estão sendo substituídas pelo espanhol, o português e idiomas indígenas mais fortes na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai, os Andes e a região do chaco, revelaram os pesquisadores. Menos de 20 pessoas falam ofayé, e menos de 50 conseguem se expressar em guató, ambas faladas no Mato Grosso do Sul, próximo ao Paraguai e à Bolívia, para citar um exemplo. A área é considerada de "alto risco" para línguas em risco de extinção, alertaram os pesquisadores. Em outra área de risco ainda maior – grau "severo" – apenas 80 pessoas conhecem o wayoró, língua indígena falada nas proximidades do rio Guaporé, em Rondônia.

Os cientistas descreveram esta parte do globo como "uma das mais críticas" para as línguas nativas: extremamente diversa, pouco documentada e oferecendo ameaças imediatas aos idiomas indígenas.

Entre estas ameaças, estão as línguas regionais mais fortes, como o português na Amazônia brasileira, o espanhol falado na Bolívia, e o quéchua e o aymara, difundidos no norte e no sul dos Andes bolivianos, respectivamente.

TUPI GUARANI
Tupi-guarani é uma família linguística pertencente ao tronco tupi, que congrega várias línguas indígenas da América do Sul e apresenta uma ampla distribuição geográfica pelo continente.

TAPUIOS E OUTROS ÍNDIOS

Devido ao grande número de línguas e dialetos falados pelos indígenas do Brasil, as autoridades de governo, os chamados viajantes estrangeiros e mesmo alguns historiadores cometeram muitos erros na classificação étnica ou mesmo de agrupamento dos nativos. Um dos mais comuns foi o reconhecimento dos chamados tapuios ou tapuias, como sendo uma nação, uma tribo ou um grupo de silvícolas, cujos membros estivessem ocasionalmente fixados em um dado território, e fossem ligados por laços históricos, culturais, econômicos e/ou lingüísticos.

Gabriel Soares de Sousa cometeu esse erro já em 1587: “Os Tapuias são tantos e estão divididos em bandos, costumes e linguagem [...]. São esses Tapuias grandes flecheiros, assim para a caça como para seus contrários, e são muito ligeiros e grandes corredores, e grandes homens de pelejarem em campo descoberto, mas poucos amigos de abalroar cercas [...]. São os Tapuias contrários de todas as outras nações de gentio”.

Lima Figueiredo, repetiu esse erro em 1939, quando em seu estudo sobre os indígenas do Brasil afirma que: “Não muito afastado do litoral vivem os Tapuias. [...] As tribos do leste estavam em estado de barbárie absoluta. [...] Viviam como verdadeiras feras, em luta continua pelo alimento diário, que era constituído pelas frutas silvestres e a carne crua. A agricultura não havia entrado em suas cogitações, Já as tribos ocidentais [...] possuíam alguma cultura. [...] De um modo geral podemos dividir os íncolas que estudamos em dois ramos: m oriental, compreendendo os botocudos e os aimorés, e outro acidental, abrangendo os suiás, os caiapós, os xavantes e os coroados”.

Entretanto é de longa data o entendimento correto. Em 1627, o Frei Vicente do Salvador, descrevendo os índios da então colônia portuguesa, diz: “O que de presente vemos é que todos são de cor castanha e sem barba, e só se distinguem em serem uns mais bárbaros que outros (posto que são assaz). Os mais bárbaros se chamam in genere Tapuias, dos quais há muitas castas de diversos nomes, diversas línguas, e inimigos uns dos outros. Os menos bárbaros, que por isso se chamavam Apuabetó, que quer dizer homens verdadeiros, posto que também são de diversas nações e nomes”.

Varnhagen também nega a existência de uma nação ou tribo Tapuia com uma posição mais acadêmica. Afirma que: “Um nome geral havia, com que cada grêmio designava todos os outros que lhes era absolutamente estranho, o de Bárbaro, ou na língua geral Tapui. Daí a idéia dos primeiros colonos, transmitida pelos escritores, e ainda ultimamente por alguns acreditada, da existência de uma grade nação Tapuia; quando os índios chamavam Tapuias os brancos europeus que não eram seus aliados. [...] Os índios do Maranhão assim chamavam aos ingleses...”

O termo Tapuio não é expressão designativa de uma etnia. É tão somente “Um vocábulo de origem tupi, corruptela de tapuy-ú – o gênio bárbaro come, onde vive o gentio. [...] É um dos termos de significação mais vária [diversificada] no Brasil. No Brasil pré-cabraliano assim chamavam os tupis aos gentios inimigos, que, em geral, viviam no interior, na Tapuirama ou Tapuiretama – a região dos bárbaros ou dos tapuias”.

Hoje ainda há grupos indígenas conhecidos como tapuias no Rio Grande do Sul, Amazonas, Goiás e Pará. São elementos de etnias diferentes, de diversas cores e de costumes vários, que a convivência entre si fez esquecer suas verdadeiras origens e que se dão o nome tapuios.

No inicio do período colonial exista no Rio Grande do Norte uma grande população de nativos das raças tupi e, principalmente, cariri. Do primeiro grupo, os potiguares. Cariris eram os paiacus, paiins, monxorós, pegas, caborés, icozinhos, panatis, ariús, janduís e outros grupos. Como resultado do apresamento, miscigenação, doenças exógenas e o extermínio promovido pelos colonizadores, houve um rápido decréscimo desse contingente.

O extermínio dos indos no Estado teve início (com maior proporção) no século XVII. A guerra entre portugueses e holandeses, além de outras causas, forçou um grande contingente de indígenas do Rio Grande a emigrar para outros lugares; Paraíba e, principalmente, Ceará. O nível populacional silvícola já era crítico, conforme relata Nieuhof: “Em 1640, a população aborígine de Ceará aumentou consideravelmente. [...] Por outro lado o Rio Grande se achava quase deserto. Assim, André Vlijfs propôs ao Grande Conselho fundar uma aldeia no Rio Grande, para lá instalarem os habitantes de Ceará que o desejassem fazer. Inteirado, o conde Maurício e o Grande Conselho, das aspirações de alguns habitantes de Ceará, desejosos de se estabelecerem no Rio Grande, sua terra Natal, [...] atenderam a sugestão”.

Exemplo de liquidação planejada dos índios em solo potiguar foi a campanha de Afonso de Albertin na Ribeira do Açu, para dizimar os janduís. Os poucos sobreviventes foram aprisionados e levados para Recife como presentes ao governador de Pernambuco, ali sendo comercializados em praça pública, como escravos. Os bandeirantes Domingos Jorge Velho e Matias Cardoso, também deixaram rastro de massacre e prisão de índios cariris, especialmente os janduís, em meados de 1689, durante a chamada Guerra dos Bárbaros, Guerra do Açu ou Confederação dos Cariris. Durou de 1680 a 1729 e atingiu quase toda a região nordeste da colônia, porém o principal palco das lutas foi o Rio Grande do Norte. “Os índios capturados durante a Guerra dos Bárbaros, por exemplo, foram vendidos na cidade de Natal”.

Falando sobre o declínio dessa população, a professora Fátima Lopes diz que, “de acordo com informações de Jesuítas, datadas do início da colonização ao século 18, havia uma grande quantidade de índios na região litorânea de nosso Estado. Só nas imediações de Natal, eram cerca de 6 mil nativos, em aproximadamente cem aldeias”. Diz ainda, que em 1603 vinte e seis aldeias dos potiguaras haviam desaparecido. Restavam apenas sessenta e quatro, na mesma região. Em 1613, dez anos depois, eram apenas oito aldeotas. Em 1627, Domingos da Veiga Cabral relata que havia “pouco mais de 300 flecheiros divididos entre quatro aldeias. Costumava haver um quantidade tão grande deles que seus números não eram conhecidos”. O número de aldeamento foi corrigido em 1639 por Adriaen van der Dussen (Drussen), em seu Relatório sobre as Capitanias Conquistadas no Brasil, eram cinco. O censo de 1844 registrou pouco mais de seis mil indígenas na Província.

Luiz da Câmara Cascudo afirma que já no século XIX não havia mais comunidades indígenas no Estado do Rio Grande do Norte.


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